VOCÊ É REMANESCENTE?
No curso da nossa vida, a todo instante estamos tomando decisões, desde as rotineiras e de menor importância, até as decisões mais importantes, às vezes únicas em toda a vida. Mas, também ocorrem as indecisões ou o adiamento de decisões por tempo indeterminado, não levando em consideração que o nosso tempo é exíguo, exigindo maior objetividade na administração das nossas circunstâncias pessoais.
Entre uma infinidade de questões, temos a nossa preocupação com o fim da nossa vida e com o que acontece após a morte, preocupação essa que os ateus e agnósticos não têm, pois para eles a morte é o fim de tudo. Enquanto isso, os religiosos acreditam na vida espiritual após a morte na terra, mas anseiam por uma compreensão melhor definida sobre essa crença, como um tranquilizante para as suas preocupações com o suposto pós vida.
Os conhecimentos racionais são adquiridos numa superposição, a partir da família, com a adição daqueles adquiridos no convívio social, e os obtidos nas escolas, tudo submetido às engrenagens cerebrais, que os assimilam conforme as potencialidades e o empenho de cada indivíduo.
Porém, com relação aos conhecimentos espirituais, há uma complexidade maior, pois além da própria dedicação e das conjecturas pessoais, restam apenas as conjecturas expostas por outros indivíduos para serem analisadas, pois não há possibilidade de comprovações no âmbito espiritual, e a “chave” de tudo está nos insights espirituais, os quais podem ocorrer de forma intempestiva e a qualquer momento, independente da nossa vontade, escoando-se pelo canal da intuição, que também é independente. Esse contexto indica que o campo espiritual exige maiores esforços e dedicação, para ensejar a possibilidade da ocorrência desses insights, sem os quais não ocorrerá o aprofundamento espiritual, mas apenas a contínua permanência na superfície dos conhecimentos.
Vejamos os pensamentos de algumas pessoas, que pela sua formação, fazem jus a uma análise mais atenta de nossa parte.
Albert Einstein disse: “Não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das leis do universo – o único caminho é a intuição. A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia. Acredito no Deus de Espinoza, que se revela por Si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pelo destino e pelas ações dos homens. Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração pelo espírito infinitamente superior que se revela no pouco que nós, com nossa fraca e transitória compreensão, podemos entender da realidade”. E ele disse também: “Tudo está determinado, o começo e o fim, por forças sobre as quais não temos controle. É determinado para um inseto, e para uma estrela. Seres humanos, verduras ou poeira cósmica... todos nós dançamos uma música misteriosa, tocada à distância por um músico invisível”, cujas palavras, ele disse numa entrevista publicada em 26 de outubro de 1929 pelo semanal americano The Saturday Evening Post.
Como Einstein acreditava no Deus de Espinoza, então vejamos quem era esse Deus.
Há 343 anos, Baruch de Espinoza teve a mesma percepção de Zenão de Eléia e de Jacob Boehme, e concluiu que o verdadeiro cristianismo esclarece que estamos e somos em Deus, e a encarnação não significa que Deus veio viver entre os homens, mas sim que Ele vive nos homens. Espinoza ataca duramente a teologia cristã por ter destruído essa verdade do cristianismo. Na verdade Deus se produz a Si mesmo, às coisas e ao homem, e esse modo de autoprodução é o próprio modo de produção do real. Assim, Espinoza elimina a ideia fundamental da teologia e da filosofia cristãs, ou seja, a ideia de criação, e de um Deus pré-existente que tira o mundo do nada. Deus se produz e produz as coisas pelo mesmo ato, e Ele é a causa de Si mesmo e das coisas, como causa imanente e não transcendente. A sua produção não visa a fim algum, pois é o seu próprio fim, e entre esse ato de produção e o produto não há distância a separá-los, pois são uma só e mesma coisa, ou diremos, Deus se produz, de Si mesmo, por Si mesmo e para Si mesmo, porque tudo é Ele mesmo, ou seja, Deus é o próprio Universo, e é por isso que Ele diz em Hebreus 8:11: Todos Me Conhecerão.
Aliás, exclusivamente pela intuição, o sapateiro alemão Jacob Boehme (1575-1624) deixou uma vasta obra literária que, se fosse compreendida pelos cientistas, os ajudaria a encontrar boa parte das respostas que procuram sobre várias questões, como o Princípio da Incerteza de Werner Heisenberg, a impossibilidade de retroceder mais profundamente sobre a evolução, a incompatibilidade entre a Teoria da Relatividade Geral e a Física Quântica, assim como a impossibilidade de identificar a Energia que move o Universo, de saber como funciona a lei da gravidade, de conhecer a origem da radiação cósmica de fundo, de descobrir também o mistério dos Buracos Negros, e afinal, saber o que é o Universo e idealizar o seu modelo. Isso estabelece um conjunto fundamental de limitações ao conhecimento científico, que só veio a ser reconhecido e admitido durante o século vinte, e certamente persistirá infinitamente. A não ser que intervenha a intuição, própria dos cientistas, ou de outrem, independente da sua especialização, que é totalmente dispensada pela intuição, como no caso do sapateiro. (Vide 1 Coríntios 1:26 a 29)
A intuição não é propriedade exclusiva de ninguém, assim como se manifestou para Boehme o sapateiro alemão, para o matemático Isaac Newton, para o funcionário público Albert Einstein, para os filósofos Zenão de Eléia e Baruch de Espinoza, manifestou-se também para nós aos 63 anos, com insights contínuos e intermitentes durante 15 anos, que sintetizaram e completaram os esclarecimentos que foram concedidos a Boehme, também pela sua intuição.
Como consequência desses insights espirituais, que se escoaram através da intuição, elaboramos o Tratado Dez Breves Lições da Theosophia, publicado no site do Recanto das Letras em (3-7-17), sendo reeditado em (21-7-20), constantes das páginas da nossa Escrivaninha.
Temos também as indicações bíblicas sobre o determinismo, sobre a transformação em Luz, o pensamento do físico Tegmark, admitindo o determinismo, e do cientista Robert Jastrow, percebendo que a ciência sempre chega depois da filosofia. (A nosso ver, sempre chega depois da Teosofia).
Sobre o Determinismo – Mateus 11:27 / João 15:16 / Romanos 8:29,30
Romanos 9:11 / II Coríntios 3:2,3 / Gálatas 1:15,16 / Efésios 1:4,5,11 / Efésios 2:8 / Eclesiastes 1:9,10,11 / Eclesiastes 3:15 / Jeremias 1:5 / Salmos 139:16
Sobre a transformação em Luz – Mateus 13:43 / Filipenses 3:20,21 / Efésios 5:8,9 / Sabedoria 3:7 / Daniel 12:3
Todos serão transformados - (I Coríntios 15:51,52)
Do cientista Max Erik Tegmark - Físico e Cosmólogo sueco, Professor do MIT:
“Para mim, nosso passado, nosso presente e nosso futuro já estão decididos, E não há nada que possamos fazer quanto a isso”.
Do cientista Robert Jastrow (1925-2008) - Astrofísico Teórico americano),
“Neste momento parece que a ciência nunca será capaz de erguer a cortina acerca do mistério da criação. Para o cientista que viveu pela sua fé na força da razão, a história encerra como um sonho ruim. Ele escalou as montanhas da ignorância, vê-se prestes a conquistar o pico mais alto; à medida que se puxa a rocha final, é saudado por um bando de filósofos que estiveram sentados ali durante séculos”.
Afinal, para aqueles que buscam os conhecimentos espirituais, existe material em abundância para ser examinado e estudado profundamente, como base para fundamentar e admitir possíveis mudanças de conceitos e de antigas e anacrônicas convicções. Enquanto isso, os físicos e astrofísicos, preconceituosos, continuam a sua busca que já dura mais de um século, para encontrar aquilo que Jacob Boehme já encontrou há quase quatro séculos atrás, corroborando a conclusão de Robert Jastrow.
A predeterminação pode ser nitidamente observada também nas palavras de Cristo, em João 15:16 - Não fostes vós que me escolhestes, pelo contrário, eu vos escolhi e vos designei a ir e dar fruto, e fruto que permaneça...
Resta-nos a esperança de que façamos parte do restante: Romanos 9:27 – Também Isaías exclama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. Romanos 11:5 – Assim, pois, também no tempo presente restou um remanescente segundo a eleição da Graça.
Resta-nos a esperança de fazermos parte desse remanescente...