Folhas em Branco
De tanto sonhar com o Amor,
Rabisquei-o por tantas
Paredes
Muros
Páginas
E, enquanto grifava,
Busquei, incessantemente, um destinatário.
Aos meus gritos, não houveram ecos,
Resposta alguma;
Somente, ainda, o som do mar bravio,
Enquanto eu o veria, pela última vez,
Há mais de duzentos anos.
Minha oração atemporal és tu:
Aquele que (des)conheço ou sequer (re)conheci.
De tanto sonhar com o Amor,
Ainda, procuro-o, neste “tempo”,
Entre tantas folhas em branco.