I-VI Jaezes de vida e morte
No instante em que aqui piso sinto fome,
é como tanto impedem-me de prosseguir.
Acredito em infinitos contextos de vida, mas nesta página já não há o que eu não tenha dito ou vivido.
Tenho debruçado-me sobre diferentes mesas, ainda vindo de romances sem quem me queira.
É que a ambição pela vida é grande, sermos um do outro é só o mínimo para sermos amantes.
Repulsa-me a forma que me ouço, e não me quero calado.
Escuto-me para não ser você quem escuta.
Inconsistência é um presente dado-me de graça para que a esperança nada faça.
Sou, mais uma vez, subestimado por quem superestimo.
O amanhã dos positivos vem fazendo deles apaixonados, e, como piada, mortos pelo acaso.
Sua loucura combina com minha escrita, sua agonia com minha vida.
E que sentimentos são estes que escrevo sem existir? Há, aqui, muito por ti.
Estou certo que esperando por mim estás, pois é sempre minha vez de falar.
E como qualquer outro erro, durmo, sem que eu algo diga, pois para mim és mais uma besteira da vida.
Vida que de nada adianta tirar-me, pois me enlouqueço como quem vive de arte.