Alma Poética

 

 

Me chamo Osvaldo Rocha Jr. Arqueólogo formado pela UFBA no ano de 2021.

Já estive em várias escavações, umas na Bahia, outras pelo mundo, mais, nenhuma se compara a do Rio de Janeiro.

Precisamente na Região Serrana...

 

Nesse lugar. Nova Friburgo. A busca me levou a crença e descrença sobre uma divindade, venerada por uns, amada por outros e idolatrada por toda aquela região.

 

As pessoas uma hora e outra me falavam:

Sr. Deixe o que esta oculto em repouso. Acorde, e sofrerá constantes tormentos.

 

Cético como sou, não dei a devida atenção e fui ao ponto marcado no mapa sozinho e com desejo de glórias.

 

Então, comecei a escavação...

 

Era cedo, o sol começava apontar no horizonte e a cada avanço do dia aumentava a curiosidade. A noite foi chegando, o ar frio, exalava um aroma de rosas literalmente misterioso, após uma cavada e outra, senti um impacto, na dureza do solo, mas, não era o solo e sim a entrada do templo. Sem perder tempo removi a pedra que dava acesso a cripta... Eram 02:59 da madrugada.

 

Busquei forças e invadi seu templo.

 

Com um pequeno lampião na mão e a cada passo dado lembrava... Que por dias, cavando e buscando conhecimento sobre esta divindade, conversando com historiadores e adeptos dessa deusa, sim, os mesmos que me encorajaram a abandonar a descoberta.

 

Continuei...

 

Após achar a tumba adentrei, o aroma de rosas ficou intenso, tenso, tateando na penumbra sem querer esbarrei num baú de ouro, abri, e dentro tinha papiros, peguei-os e comecei a navegar em suas escrituras datada de 1900 somando "1483 escritos" no total porém percebo alguns rasurados e danificados pelo tempo me chamou atenção devido a uma escrita sem data apenas "8 Anos" não saberei dizer se faz parte de um texto ou simplesmente é o texto, estava escrito:

 

"O lápis desce e sobe da minha mão, em vão. Nada sai de sento do lápis, nada de sento de mim.".

 

É um conjunto intitulado "Recantos das Letras" empoeirado e vicioso nos primeiros lotes pensei: Sei que levará tempo, então comecei ler o quanto antes.

 

Comecei pelos acrósticos de onde extrai o nome desta divindade, "DJANIRA LUZ" busquei o significado do primeiro nome e achei três:

 

"A que queima os homens"

"A que combate os homens"

"A que vence heróis"

Junção dos elementos "DEÍS" "(Tocha)"

E "ANÉR" "(Homem)"

 

Do segundo dois tipos principais:

 

Natural - como suas escritas que iluminam e destrói a mente daqueles que por serem mortais cheios de si e preconceito são ofuscado.

 

Artificial - que como a própria fonte refere é criada da imaginação dos homens que a amaram e perderão-se em busca dessa paixão.

 

Causou-me certo desconforto, medo, velhos conhecidos na arqueologia.

 

A descoberta do nome levou-me a pesquisar mais por entre cartas, crônicas, contos. conheci um pouco da historia de um povo e seu misticismo envolto da crença.

 

Avancei pelas homenagens, mensagens subliminares, textos infanto juvenis a procura da origem encontrei apenas fragmentos nada que compusesse a forma dessa deusa.

 

Orações, poesias líricas, pensamentos da deusa e de filósofos da época, deixando-a seminua, um corpo literal e abstrato.

 

Quando já perdendo o ânimo dando-me como vencido... Dois lotes do papiro caiu ao meu lado:

Intitulados.

Texto Erótico, onde mostra a face humana da deusa

Entrevista, onde conta seus desejos, gostos e visão humana e da humanidade a qual é venerada.

 

Por fim completei minha pesquisa de volta ao meu país cheguei a conclusão dessa descoberta. O que me fez pensar:

 

Certas buscas são infortúnios, se tiveres o coração puro de certo sangrará, se for pecador terá sua vida fragmentada. Conhecer ou desvendar uma alma poética faz amar e morrer sobre a pena no papiros...

 

Texto: Alma Poética

Autor: Osvaldo Rocha

Data: 14/02/2021

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 23/11/2021
Código do texto: T7391909
Classificação de conteúdo: seguro