Um Adeus Silencioso
3h:00 da madrugada...
O fio de uma lâmina ceifa o ar.
Corte reto sem tremular.
A epiderme se abre para o sangue jorrar.
Silêncio
Apenas os cachorros testemunharam.
Velando o corpo enfraquecido.
O outro lambe sua face querendo brincar.
3h:10 já sem vida, a morte se despede.
O que levou a isso?
Por que não deixou pistas?
Virá tantas perguntas sem respostas.
Serão tantas conjecturas.
Ainda em silêncio
Deitado em seu travesseiro.
O corpo inerte se despede do calor.t
Abraçando o frio da passagem.
3h:15 o que restava de uma vida.
Deixa de existir para desistir do amanhã.
Que em segredo avisava.
A intenção de partir.
Foi em silêncio...
Que ganhou liberdade.
Que pagou o que devia.
Que finalmente... Encontrou a paz.
Texto: Um Adeus Silencioso
Autor: Osvaldo Rocha
Data: 09/03/2021