Epístola Pirata

 

Navegava a procela de solidão.

Onde tempestades de queixas e desabafos acoitavam o casco da minha nau.

Um dia após o outro, de costa a costa, por onde atracava, nas tabernas em que bebia.

E foi assim minha aventura, cheia de desventuras tão emocionantes que foram marcadas sem lembranças.

 

Contudo numa dessas noites a maré mudou, uma brisa veio do norte. Exalava a chance de aventurar-me de verdade por uma rota desconhecida e misteriosa.

Pus-me em direção a esse novo horizonte. Esperançoso, era uma viagem agradável, com maresias, águas calmas e límpidas de onde eu podia ver a areia da popa. Sentir-me bem, bebendo o rum de tantos risos e textos escritos em papiros que imaginei ser duradouro.

 

Mas...

No meio desta aventura, uma frase fez o tempo mudar... Sou corsário... E, a fisionomia ante a face tão desejada se desfez entre as nuvens, acabou o rum, a presença da brisa e o mar calmo ficava escarsso.

Navegando esse mar com ventos soprados a bel prazer, como que encantado pela canção de uma sereia, mais com a mente sã, sabendo, que no final deste percurso restará:

Uma nau naufragada.

Um marujo embriagado.

Que acreditou numa lenda Hiboriana: Sobre amizade e crónicas.

E mais, que poderia ter navegado por longos anos uma procela sem tempestades e o infortúnio de confundir praias exóticas com arquipélagos desolados.

 

Texto: Epístola Pirata

Autor: Osvaldo Rocha

Data: 13/03/2021

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 21/11/2021
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