Escrivaninha

O dia se foi.. mas ele chegou cedo ,

não tão cedo quanto gostaria, pois cansaço o abateu.

Noites de sono apertado, uma semana difícil, mas logo chegou o momento

de usar a escrivaninha.

A escuridão da noite solitária não o assusta, pois aquele que busca o melhor de si

sempre sabe, em seu interior há uma chama a ser desperta nas páginas em branco sobre a mesa.

Medos, anseios, angústias, tantas formas para ganhar letras.

Devagar puxa a cadeira, debruça-se sobre a mesa a frente, e os ventos sopram

como sempre para uma única direção,

como se sua bússola interior falasse através de palavras escritas,

não evitando portanto, fazer o que prometera a si mesmo não mais fazer.

Declarar-se mais uma vez.

O amor é de apenas um lado, triste , infeliz , porém pacífico , profundo e duradouro, como os livros

empoeirados nas estantes. É quando sente que nem o tempo o ama,

pois para si apenas um momento perdura, aquele em que despertou para ser alguém, cuja forma mais sublime

alcança através de coisa inexplicável, uma sede que nunca sacia, uma vazio que não se ocupa , um

abraço , um sentir. Um amor puro demais para formas frágeis, sem condições, que tudo deseja sem nada esperar.

Talvez um presente de Deus, para uma forma tão imperfeita, dar se algo não durável para tocar o infinito.

Entre letras e páginas, o código que poucos entendem , a mensagem oculta, revelada apenas para

os que no mesmo lugar estiveram.

quem dera a vida fosse mais simples e nada mais que histórias efêmeras pudesse escrever, teria mais que essas

noites com suas páginas sem vida , falhas em preencher o lugar de uma pessoa única .

Mas ainda bem que não,

pois um mundo rico se perderia, uma fonte onde os sedentos bebem,

sonhadores, que descansam na dor do ser mais corajoso do mundo. Aquele que nas noites mais escuras,

para as suas páginas na escrivaninha retorna .

Tesla da escrita
Enviado por Tesla da escrita em 19/11/2021
Código do texto: T7389547
Classificação de conteúdo: seguro