Amor em novíssimos tempos...
Tecnologia, pandemia, vida vazia... Ao menos de amor. Hoje em dia grande parte das pessoas não conhece seus pares românticos à primeira vista, ao vivo. Bom, não vamos tão longe: antigamente tínhamos os namoros por correspondência, os encontros marcados em grupos de amigos, nos antigos telefones, os chats dos primórdios da internet. O advento da tecnologia dos celulares e das conexões a cabo potencializaram e revolucionam essas formas. Aplicativos de relacionamento aos mil, bate-papo por vídeo, mensagens de áudio, fotos, fotos. Há quem fale mal dessa nova forma de namorar, mas ao meu ver o mal não está na ferramenta, mas em quem a utiliza. Sim, uns sei lá, 75% dos usuários querem saber exclusivamente de sexo, nudes, e por ai vai. Mas eu, dentro dos 25% bem intencionados, dou sorte de encontrar alguém assim na outra ponta. Vivo um amor de fotos, de voz, de beleza e de um espírito livre, uma inteligência que me complementa e seduz. Então, eu já amo, a plenos pulmões! E aqui vem o reverso da medalha: ao mesmo tempo ansiar e temer um encontro "em carne e osso". O que ela achará de mim? Será que ela vai gostar do meu jeito? E se eu ficar nervoso? E se me faltarem as palavras, que aqui sobram? Enfim, dane-se. "Quem ama inventa as penas em que vive", eu lhe recitei noutro dia. Não é hora de temer, é hora de enfiar a cara... A possibilidade de vê-la na minha frente, ainda que só uma vez, sentir seu cheiro, olhar em seus olhos... Se rolar o ansiado algo além disso, se rolar um mais que isso, se o mais que isso continuar.. . Esse encontro, do ideal para o real, pode mudar duas vidas! Bom, a minha de qualquer forma, já mudou. "Estou acordado e todos dormem"... (Legião Urbana, Monte Castelo).