Felicidade

Há momentos em que simplesmente não sei se sou feliz. Tenho, dentro de mim, centenas de traumas e crenças limitantes, que limitam até a minha própria percepção sobre os sentimentos e estados de espírito, o que me torna ignorante acerca do meu próprio eu e isso me incomoda. Muito.

Houve um tempo em que eu sorria todos os dias e chorava na mesma intensidade. Hoje, já não choro tanto e parece que meu sorriso me abandonou junto com as lágrimas.

Quando digo sorriso, não me refiro ao escancarar dos dentes e apertar dos olhos que damos em situações esporádicas do dia. Me refiro ao sorrir por dentro, aquele que damos e ninguém vê, mas que importa muito mais do que o que se vê.

Fico observando as pessoas e me pergunto se elas também enfrentam esse tipo de questionamento: sou feliz, mesmo? Ou estou apenas me deixando levar pela correnteza desse grande oceano de acasos, rotinas, dias após dias, experiências medianas? Por quê faz tanto tempo que só sorrio por fora?

Há dias em que uma animação extraordinária toma conta de todo o meu ser, sinto vontade de abraçar cada ser humano que vejo e a sensação de que todos os meus sonhos são possíveis, me faz desejar ardentemente que essa sensação incrível dure mais que 5 minutos. Não, não é droga ou nenhuma outra substância ilícita. É minha cabeça me dando prazer e arrancando na mesma hora. Eu sinto falta do tempo em que esse prazer era constante, as preocupações eram menores, o mundo era muito mais tolerável.