A Morte e seus Mil e Um Algozes
Oi eu sou Osvaldo Rocha Jr., quem acredita no dia marcado para morrer, bem eu sim... Agora como vamos morrer é uma incógnita.
Sou considerado por muitos, inclusive pela família de inconsequente, maluco em momentos propícios "beleza", mas, deixemos de lado os adjetivos e elogios a mim.
Gosto de atividades radicais, moto é meu primor, a velocidade, o vento no cabelo E.t.c. um dia indo para casa comendo pipoca me engasguei. Isso me revoltou...
- Morrer engasgando com um caroço de milho de pipoca depois de ousar tanto, é sacanagem...
Tive um conhecido que fazia piruetas na moto, louco por assim dizer, todos diziam:
- Essa porra ainda vai morrer.
Um belo dia, chega a tão fatídica notícia. Fulano morreu...
- Cara, isso iria acontecer!
- Só que não foi fazendo loucuras.
- Não!
- Não, mais, foi da/com moto.
- Não entendi...
- Explicarei. Ele parou a moto para conversar com os colegas, a moto emborcou e ele caiu, batendo a cabeça no meio fio. Morreu...
Gente me diga... A morte não é uma filha da pura? O rapaz se preparou e até esperava o encontro com pampas por ela, ai ela vem fode tudo.
Outro um meliante, já tomou tiros, facadas, que o corpo rente a uma peneira, transforma a peneira num buraco só, enfim, esse miserável, tomando cachaça com seus comparsas toma uma topada, gangrena e morre.
Existem várias situações e vários casos a ser citados, contudo, não se faz necessário diluir.
A morte manda seus mil e um algozes para punir, humilhar, hilarisar e sacanear pessoas que lutaram tanto para ter suas memórias fincadas e seu legado indúbil.
Eu, de certo iria para o céu ou inferno revoltado, xingando mais que puta ramera, quanto a eles... Já devem ter fodido tudo para onde foram.
Deveríamos ter nossos desejos mórbidos realizado, assim, não teria tanta tristeza na partida, por ter feito a viagem da forma que melhor nos agrada.
" Oh! Morte, tu que és tão forte, que matas o gato, o rato e o homem. Vista-se com a tua mais bela roupa..." Mais... Faça a porra da minha vontade.
(Trecho da música Canto Para Minha Morte, de Paulo Coelho e Raul Seixas)
Texto: A Morte e seus Mil e Um Algozes
Autor: Osvaldo Rocha
Data: 18/11/2021