Caminho

Antes do sol acordar, eles tomaram seu desjejum

Amarraram suas sandálias, se vestiram adequadamente, pegaram suas bolsas e se puseram a caminhar

O caminho era estreito, mas a vista deslumbrante!

Entre subidas, descidas e curvas, as almas acompanharam a geografia, houve algumas lágrimas ...

lembranças ... balanços ... constatações ... gratidão ...

Na medida em que o dia ia se tornando inteiro, as almas iam se encorpando...

tanta beleza, tanta esperança ...

Tantos pensamentos e sentimentos se entrelaçando e tecendo tapetes no caminho ...

A certeza da pequenez e ainda assim a crença de que mesmo pequenos faziam parte da paisagem e

nela eram pontos de relevância como um bordado singelo numa colcha de retalhos...

Uma cachoeira refrescante ... um vale verdejante ... um canteiro de flores campestres... um precipício a

centímetros dos pés ...

O medo e a coragem dançando tango... e finalmente, o topo da montanha...

O caminho de volta foi mais silencioso ... caminharam dentro de si mesmos...

O cansaço nos pés ... a mente inquieta ... a apreensão de tudo o que viram e sentiram...

Na última descida, a vila tão perto... os corações exultantes, as sandálias empoeiradas ... o sol se pondo

em cores nunca antes percebidas... o cansaço latente no corpo, as mentes saciadas e as sacolas

repletas de perguntas sagradas ....”

Clarice Cândido
Enviado por Clarice Cândido em 18/11/2021
Reeditado em 18/11/2021
Código do texto: T7388234
Classificação de conteúdo: seguro