Caminho
Antes do sol acordar, eles tomaram seu desjejum
Amarraram suas sandálias, se vestiram adequadamente, pegaram suas bolsas e se puseram a caminhar
O caminho era estreito, mas a vista deslumbrante!
Entre subidas, descidas e curvas, as almas acompanharam a geografia, houve algumas lágrimas ...
lembranças ... balanços ... constatações ... gratidão ...
Na medida em que o dia ia se tornando inteiro, as almas iam se encorpando...
tanta beleza, tanta esperança ...
Tantos pensamentos e sentimentos se entrelaçando e tecendo tapetes no caminho ...
A certeza da pequenez e ainda assim a crença de que mesmo pequenos faziam parte da paisagem e
nela eram pontos de relevância como um bordado singelo numa colcha de retalhos...
Uma cachoeira refrescante ... um vale verdejante ... um canteiro de flores campestres... um precipício a
centímetros dos pés ...
O medo e a coragem dançando tango... e finalmente, o topo da montanha...
O caminho de volta foi mais silencioso ... caminharam dentro de si mesmos...
O cansaço nos pés ... a mente inquieta ... a apreensão de tudo o que viram e sentiram...
Na última descida, a vila tão perto... os corações exultantes, as sandálias empoeiradas ... o sol se pondo
em cores nunca antes percebidas... o cansaço latente no corpo, as mentes saciadas e as sacolas
repletas de perguntas sagradas ....”