INTERCÂMBIO RACIONAL E ESPIRITUAL
Todas as pessoas, ao longo das suas existências, acumulam experiências, as quais se transformam em conhecimentos, e a evolução altera, modifica parcial ou totalmente, e até substitui as convicções em que os conhecimentos acabam se transformando, aprimorando a consciência sobre as circunstâncias que constroem a nossa estrutura racional.
Cada indivíduo com as suas aptidões, com as suas preferências, com as suas inclinações, com os seus dons, com as suas potencialidades, e com sua capacidade, força de vontade e persistência para explorar as virtudes que vieram no seu pacote individual, e nem tudo transferível para outras pessoas, conforme a eventual vontade do portador dos atributos, em função de uma enorme variedade de características e vocações individuais.
As qualidades relacionadas à racionalidade, inseridas no intelecto, são transferidas com maior facilidade, por meio da palavra verbal ou escrita, porém, para que o seu sentido seja corretamente absorvido, há necessidade de que entre quem fala e quem ouve, ou quem escreveu e quem lê, haja uma adequada compatibilidade intelectual, sem a qual poderá ocorrer discrepâncias na interpretação do que realmente foi dito ou escrito. Além disso, também o conhecimento específico do assunto tratado, é uma base valiosa para o entrosamento entre os emissores e os receptores das ideias.
Entretanto, o problema do entrosamento entre a emissão e a recepção das ideias se amplia drasticamente, em se tratando de idéias do âmbito espiritual, onde essas ideias se desenvolvem pelo canal da intuição, produzidas pelos insights espirituais, que explodem na imaginação, cuja correspondência é inalcançável pela via racional, que é exclusivamente receptora. Ocorre muitas vezes, que até aquele que recebeu os insights têm alguma dificuldade para obter a sua completa e perfeita compreensão, pois nesse exíguo espaço, ocorre o diálogo entre o espírito e a razão, onde um enorme cargueiro (o Espírito de Deus) transfere uma pequena parte da carga, para uma minúscula canoa (o espírito do ser humano).
Com efeito, até esse ponto, ocorre a transferência do conhecimento espiritual, mas de forma que não depende da vontade humana, pois não somos nós que elaboramos as intuições, e o nosso intelecto é apenas o receptor delas, e nunca o seu transmissor direto. Assim, quem recebe as intuições, torna-se apenas o “alto falante” que as colocará no ar, mas a sua compreensão pelos ouvintes, depende exclusivamente da mesma fonte (Espiritual) que transmite a intuição. O Físico Albert Einstein percebeu as duas coisas que são fundamentais para a base da evolução espiritual: a intuição, como o nosso canal receptivo, e o determinismo absoluto que incide em todas as circunstâncias da Geração Cósmica do Terceiro Princípio, onde se encontram todas as galáxias com todos os seus integrantes. Lamentavelmente, Einstein se manteve nos seus conhecimentos racionais, o que podemos compreender, como o cumprimento do roteiro que estava implícito no determinismo. Não era ainda o tempo predeterminado para a difusão mais ampla e o maior aprofundamento espiritual, o que poderia ter sido acelerado pela repercussão das palavras do famoso Einstein.
Assim, este simples “alto falante”, ou “escrevente”, mantém apenas a expectativa de que entre os leitores, ocorram também os insights espirituais, ecoando nas respectivas intuições, restando de qualquer forma, a consciência do dever cumprido, inserido nas repercussões que apenas estão publicamente disponibilizadas.
O simples e humilde sapateiro alemão Jacob Boehme (1575-1624), foi o maior receptor dos insights espirituais de todos os tempos, deixando-nos uma vasta obra literária e cumprindo sua missão de aplicar os talentos graciosamente recebidos, frutificando na videira de Cristo. Para os que desejam se aprofundar na espiritualidade, recomendamos a leitura do seu livro “Os Três Princípios da Essência Divina” – (Editora Polar).