O que eu sinto e não posso te dizer
Quem eu estava querendo enganar? Eu esperava alguma coisa de você, um comprimento, um elógio, uma piada irónica que seja, ou mesmo ainda, uma satisfação. Porquê do seu silêncio repentino? Do nada uma longa pausa entre as conversas descontraídas de sábado a noite, Porquê tanta indiferença e porquê essa ausência tanto me incomodava? Pairando sob a minha mente uma constante de indagaçoes, as mesmas que outrora eu havia esquecido, deixado de lado para dar lugar a minha própria vontade, se viam por fim escassas em meio a dor que esse desaparecimento me causava. Como um sequestro de meus pensamentos, eu me encontrava noites a dentro, palpitando a despeito de uma coisa a qual eu não tinha controle, embora almejasse te-lo, a pauta do destino sob a mesa, selava a certeza na ignorância do que estava por vir. Sabendo que era você que assombrava meu sono.
Vindo de hora em hora invadir minhas palavras, as mesmas que agora ponho a escrever nesse pedaço de papel. São as palavras que subentendem o meu profundo desespero, ao contrornar sublinarmente, ainda assim tão evidentes, o que eu sinto e não posso te dizer.