Poema ao Vento
Tempo...
Que tempo é esse?
Que se esqueceu de vagar, passando
Cercou-se de todos os sopros,
Os fortes e em rajadas
Que pendem galhos nas estradas
Golpeando-nos a fronte
E que não livram, ninguém!
Tempo...
Que tempo é esse?
Que se esqueceu de caminhar, correndo
Amigou-se demais, com outros ventos
Qualquer vento, quente, morno ou frio
Que quando se apresenta e passa
Fica-nos, apenas leve sensação
Na impressão de um algo que parecia ser bom,
Mas que já se foi!
Tempo...
Que tempo é esse?
Que se esqueceu de passar, voando
Ajuntou-se, à todos os vendavais
Aqueles que vitimam momentos
Dilacerando-nos sentimentos
Pois quando se apercebeu
Nem se viu, ...passou!
Tempo...
Que tempo é esse?
Que se esqueceu de eternizar, matando
Que fez conluio com raios, chuvas grossas, trovões e tempestades
As que aterram sonhos e soterram, amores e amizades
E que por serem sonsos e rasos
Não perdoam-nos estar plantados
Em solos arenosos e movediços
E por consequência disso, sem raízes...
Tempo...
Que tempo é esse,
Que se esqueceu de nós, de todos; e de mim, também!