Hipótese: o pensamento literal como fator primário para o ateísmo
Eu acredito que foi a minha inclinação para o pensamento literal, ainda que também adore pensar por metáforas e analogias, o primeiro fator que acendeu em minha mente faíscas primárias de desconfiança em relação à narrativa cristã na qual fui doutrinado a acreditar, desde a primeira infância, bem no início da minha trajetória, que passou pelo agnosticismo e culminou no ateísmo. De, desde jovem, começar a desconfiar, por exemplo, da veracidade de frases tipicamente ditas por pessoas religiosas, incluindo os meus pais, relacionadas às suas crenças, que são basicamente afirmações extraordinárias, tais como: "Deus é onipresente; bom e justo", "Deus me ajudou", "Deus castiga"....
Minha hipótese aqui é justamente essa: de que, antes de passarmos a analisar crítica e racionalmente um sistema de crenças, passamos a desconfiar dele a partir de sua narrativa tradicionalmente carregada de afirmações metafóricas, e ainda por cima tratando-as como equivalentes à afirmações perfeitamente possíveis ou factuais. Por exemplo: considerar como igualmente verdadeiras as frases "Deus nos ajudou" e "Fulano nos ajudou".