Romper as barreiras
É triste perceber que muitos de nós passam por essa vida despercebidos quanto aos aprendizados que poderiam obter. Digo isso porque parece que estamos todos apressados, ocupados demais, atolados de afazeres, ao ponto de os dias passarem sem que nem percebamos, como se estivéssemos no automático, apenas obedecendo a estímulos ambientais: o relógio despertou, então levanto; o ponteiro bateu no meio-dia, então almoço; o sol se pôs, então volto para casa; a novela das nove terminou, então vou para a cama. E assim parece que fazemos todos os dias. Repetidamente. Sem nos darmos conta do tanto de coisas que podemos aprender, observar, desde que deixemos um pouco esse modo automático de viver a vida.
Se os nossos ancestrais não fossem curiosos será que teríamos alcançado as descobertas que alcançamos hoje? Será que ao menos teríamos sobrevivido? Penso que se não fosse pelo espírito aventureiro daqueles que nos antecederam com certeza o mundo não seria como o conhecemos. Aliás, as maiores descobertas foram feitas por homens e mulheres que, observando a vida acontecer, não se deixando levar pelo automatismo, fizeram perguntas sobre as razões e passaram a perseguir as respostas. Já quanto a nós, parece que estagnamos. Parece que nada aprendemos. Que não saímos do lugar. E é realmente isso. Não saímos do lugar porque preferimos desligar as nossas mentes e seguir pistas ambientais para saber o que fazer. Mas isso é um desperdício de tempo e de matéria.
Olhe para a vida. Mas olhe de verdade. Encontre-se com a vida. Ou você acha que as árvores sempre foram como se parecem? É claro que essa é uma pergunta ingênua, debochada até, mas leve ela para os demais aspectos da sua vida. Estamos conformados. Olhamos para as coisas e pensamos que “são o que deveriam ser” ou “estão como deveriam estar”, mesmo que isso queira dizer que não são o que gostaríamos que fossem nem estão onde gostaríamos que estivessem. Vivemos entediados pela mesmice dos dias, mas pouco fazemos para que o novo aconteça. As árvores um dia foram indefesas sementes, um dia romperam a barreira do solo, começaram o seu desenvolvimento e hoje são o que são. Sua vida pode mudar, pode passar por transformações, você pode adquirir aprendizados o bastante para serem compartilhados por gerações, mas antes é necessário que você rompa a barreira do comodismo, assuma os desafios do arriscar-se para além dos limites da zona confortável, prenda suas raízes no mais profundo de seus intentos e, então, cresça rumo ao céu. Um céu de possibilidades, de realizações. Um céu de onde você poderá contemplar a plenitude da vida.
(Texto de @Amilton.Jnior)