I-III Jaezes de vida e morte
Procurando por você, encontrei o que tem feito-me esquecer. Vi-me amaldiçoando os dias e as escolhas, dando-me em partes a quem dá-me por inteiro. E onde guardo o que tenho de bruto, nada me serviu de joia. Envergonho-me deste homem que, há tanto, escreve anseios que já não mais têm. Quis ver-me feliz aqui, e noto que, feliz, tudo esqueci. E és tu que denotas o que, por desrespeito, tenho feito. Perdoa-me amor por tanto inspirar-me em dor, e que sejas tu a exceção desta vida, rotineira e reprimida.
Faria de ti a pretensão dos anos que me fui casto, e ter-me-ia louco, pois serias um garoto. Então basta-me louco aqui, no confim entre mim e ti. E se fujo do que poderia ter sido, lembro-me que mais disso temos tido. Faço, então, do que quero o que tenho, a fim de livrar-me dos anseios. E espero, tímido e covarde, que me tenhas sempre por sua vontade. Assim encerro dizendo amar-te, temendo descredibilizar esta arte que, no fim, bastaria ser lida por mim.