Oceano celeste
Em meio a músicas perdidas no silêncio do silêncio, um andarilho de nenhuma parte observa o cintilar no noturno oceano celeste. Em um mundo de espelhos sem reflexos que só mostram imagens estáticas, um fantasma caminha invisível. Criatura sombria não criatura, mas tratado como criatura, caminhando entre crepúsculos, andando por brisas geladas, se perdendo entre gritos sem sons de corações a sangrar. Lobo de vidro a se quebrar sempre que tenta alcançar a rosa a se fragmentar em meio a espinhos, animal feroz e vulnerável correndo em companhia de somente seu próprio uivo a se perder na noite. Fantasma não fantasma na cidade de fantasmas que caminham em círculos, alguém invisível tentando encontrar o sonho onde seu coração possa ficar. Corvo das asas de vitral a queimar, por ao lado de uma estrela desejar poder estar. Face invisível, sem rosto e sem nome no oceano azul sem água, andando entre nenhum lugar, com a alma sempre a gritar. Andarilho de nenhum lugar em meio a pontes que parecem sempre a se quebrar, permanecendo sempre a caminhar mesmo que continue com a alma a sangrar.