I-II Jaezes de vida e morte
Desejo instruir-me pelos erros, mas não pelos mesmos, exceto tantas vezes repetir amar, e por fim falhar para recomeçar. E quando eu socorro gritar, quando eu no fim do poço me mostrar, não me acuda. Deixe que eu vá, para que eu arrependa e volte, não tão breve como imaginas, mas ainda assim breve. Não tenho todo tempo do mundo aqui, o tenho lá, onde não quero estar. Então como não me desesperar? Há adrenalina no que passo, no que duvido, no que defendo, há prazer em esclarecer si mesmo. Sinto-me viver o que não tem preço.
É atormentador, é físico, é você que sente. O melhor prostíbulo para o pior dos narcisos. Um mundo feito para fazer-te herói, vítima, do início ao fim, sem que haja fim. Acordo, não por mim, mas por promessas, ética e, algumas vezes, curiosidade. A esperança que tanto move montanhas, coisa alguma tem movido. Forçadamente, tenho isto feito sozinho.
Não importa o sentimento, se está no palco dará ao público o que mostra-se ser, que tu te doas se há o que doer. Se neste mundo adaptado ainda duvide: deixe de sentir e o aniquile, pois não há realidade sem quem a sinta. Tão rápido quanto critica, haverá quem o atiça, garanto. Sob disfarces, está em ti, o todo imbuído, fazendo de ti aposta, se irá e se crerá. Retornar seria deixar de entender, e como poderia eu deixar de saber se não sabendo mais? Por conhecimento já fui entorpecido, já demais comprometi-me ao pressuposto de quem são e o que são. Não há vitória contra quem vê além do que vê. Encurvo-me pelo peso do que sei e, com o peso do que piso, sinto-me premido. Amado sei de ser pelos que daqui são, pois se há quem ouça, deve haver quem entenda.