Quando somos?
Somos realmente “humanos”? Se somos, quando o somos?
Na alegria, rimos das desgraças alheias, do desajeito, do infortúnio, nos excedemos, brindamos a vingança...
No amor, somos ciumentos, possessivos, inseguros e em alguns casos até perigosos...
Na doação somos orgulhosos, vaidosos e arrogantes ...
Quando injustiçados, nos iramos, rogamos maldições e temos certeza de que somos o centro do mundo...
Quando frustrados, nos deprimimos ... e tantas vezes, desistimos...
Quando vítimas somos vítimas,
Quando algozes fomos vítimas
E quando estamos no jogo, na luta, provavelmente seremos vítimas...
Mas ... quando sentimos tristeza, a pura e simples tristeza, sem senões e entretantos... somos capazes de entender toda a dor da vida... do outro... do mundo ...
Entendemos a fraqueza e a brevidade que alegria carrega ... a solidão e o medo que aprisionam o amor... o egoísmo que embala o altruísmo ... a impotência que a injustiça e a frustração nos presenteia ... e que por mais que sejamos espertos, defensivos, gratos, resilientes, antifrágeis... ainda seremos vítimas...
A tristeza nivela nosso valor.... revela a simplicidade da vida ... hoje somos, humanos, animais, plantas, neblina... hoje somos... apenas hoje...