Quando somos?

 

Somos realmente “humanos”? Se somos, quando o somos?

Na alegria, rimos das desgraças alheias, do desajeito, do infortúnio, nos excedemos, brindamos a vingança...

No amor, somos ciumentos, possessivos, inseguros e em alguns casos até perigosos...

Na doação somos orgulhosos, vaidosos e arrogantes ...

Quando injustiçados, nos iramos, rogamos maldições e temos certeza de que somos o centro do mundo...

Quando frustrados, nos deprimimos ... e tantas vezes, desistimos...

Quando vítimas somos vítimas,

Quando algozes fomos vítimas

E quando estamos no jogo, na luta, provavelmente seremos vítimas...

Mas ... quando sentimos tristeza, a pura e simples tristeza, sem senões e entretantos... somos capazes de entender toda a dor da vida... do outro... do mundo ...

Entendemos a fraqueza e a brevidade que alegria carrega ... a solidão e o medo que aprisionam o amor... o egoísmo que embala o altruísmo ... a impotência que a injustiça e a frustração nos presenteia ... e que por mais que sejamos espertos, defensivos, gratos, resilientes, antifrágeis... ainda seremos vítimas...

A tristeza nivela nosso valor.... revela a simplicidade da vida ... hoje somos, humanos, animais, plantas, neblina... hoje somos... apenas hoje...

 

Clarice Cândido
Enviado por Clarice Cândido em 05/11/2021
Reeditado em 05/11/2021
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