Paris nem sempre foi uma festa...
Nos anos 30 do século passado, dias de Stálin, muitos escritores socialistas do mundo todo se reuniram em Paris para lutarem contra o Fascismo. Não demorou muito para que a maioria desses escritores conhecesse o modus operandi do regime soviético. Após experimentar o patrulhamento ideológico e os milhares de assassinatos de opositores cometidos por Stálin, a maioria desses escritores se afastou do grupo de escritores comunistas. No entanto, muitos permaneceram apoiando o comunismo soviético, alguns se tornando como apóstolos stalinistas. Muitos desses apóstolos desembarcaram por aqui e dominaram o pensamento acadêmico tupiniquim. E até hoje, em todo segmento acadêmico e cultural deste país, podemos encontrar discípulos fiéis desses apóstolos. E mais preocupante, os discípulos mais radicais exercem função de poder e são os mais respeitados formadores de opinião. Naquela Paris dos anos 30, a maioria dos escritores que se afastou do comunismo pensou que tal sandice passaria, pois entendia que cada escritor e intelectual tendo sua criatividade artística ameaçada e controlada pelo Partido Comunista imediatamente repudiaria tal regime. Mas a História os frustrou, ainda hoje, muitos intelectuais enfeitiçados optaram pela redução e controle de sua liberdade em nome de uma paixão ideológica.