Respostas e vísceras expostas.
Se eu te encontrar,
me entrego a essa ebulição
aqui dentro.
Sabendo que o veneno
é – por vezes, também remédio,
tenho medo de achar que
me curei e morrer logo depois.
Tenho medo de achar que
te salvei da solidão, te dando
como oferta a mais pura ilusão.
Tenho medo de, ao me mostrar
como sou, perceber que não
sou nada como pensei,
ou gostaria.
E me ver real demais,
sem mesmo as máscaras que
me escondem de mim.
O eu ideal morreria,
cairiam minhas pétalas,
Como a flor murcha,
ou animal ferido,
com vísceras expostas.
Tenho medo das minhas
respostas as perguntas
que eu nunca quis fazer.