Respostas e vísceras expostas.

Se eu te encontrar,

me entrego a essa ebulição

aqui dentro.

Sabendo que o veneno

é – por vezes, também remédio,

tenho medo de achar que

me curei e morrer logo depois.

Tenho medo de achar que

te salvei da solidão, te dando

como oferta a mais pura ilusão.

Tenho medo de, ao me mostrar

como sou, perceber que não

sou nada como pensei,

ou gostaria.

E me ver real demais,

sem mesmo as máscaras que

me escondem de mim.

O eu ideal morreria,

cairiam minhas pétalas,

Como a flor murcha,

ou animal ferido,

com vísceras expostas.

Tenho medo das minhas

respostas as perguntas

que eu nunca quis fazer.

nouvellelune
Enviado por nouvellelune em 02/11/2021
Código do texto: T7376863
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