Encruzilhada VI
Eu sei que serei novamente eterno quando pegar
De volta o meu título de poeta da vizinhança
Mesmo que eu perca totalmente a direção que devo correr, irei para o lado frio do vento
Não é certo eu me humilhar a procura de doses de amor, se quiseres partir, que vá
Eu derramei toda a garrafa de rum em minha garganta para esquecer o impossível. Você!
Do que será de mim em meio a chuva que nunca acaba?
Antes que você se vá eu te prometo que irei me esforçar
Eu me esforcei para preencher todo esse vazio, mas eu sempre estive só
Deus que me perdoe, meu sorriso é falso e meu olhar é de quem escreveu junto à lua
Eu me acostumei ao verso escuro, e suportei toda a saudade, mas a solidão ainda doí
Não sou mais aquele paladino iluminado por deus destinado a trilhar a terra santa
Eu realmente perdi o norte… que nunca tive
Desculpem-me, eu acabei estragando tudo de novo...
Em meio a todo esse delírio
Tenho apenas exaustão
Enfrentei todo o submundo
Rezei para todos aqueles deuses
Na esperança de acordar livre
O que queres de mim, Deus?
Quero testar meus limites como poeta
Um momento apenas para minha sintonia
Apenas isso...
Nesta noite eu cruzarei todos esses mares vermelhos
De repente estarei próximo a presença divina
O que me resta é esperar esses quarenta dias
Neste sangue de meu pai
O mesmo que disse a mim que seria grandioso
Rogou a maior praga a mim quando me abandonou
Tirarei a força esse direito amargo de cruzar os céus
E aceitar minhas falhas como um mero humano que sempre fui
Corromperam todo o amor que cultivei
Os mesmos que me deram um abraço de conforto
Racharam totalmente o meu acróstico deste verso
Além de dizer que eu era o amor de sua vida
Çerenamente eu choro pois novamente me iludiram…
à gente deve superar todas as dores para no fim sorrir
O amor não tem a obrigação de ser recíproco
A você eu dedico esse delírio
Meu bem, eu realizei aquele sonho de estar em um livro
O quanto dói em aceitar que não te tenho mais
Rasurei a dor que tive naquele acróstico
Imaginar que essa história já aconteceu também
Com meu avô, ele também sofreu bastante
O homem comum que também sabe a dor de perder a esperança no amor
Raios e trovões me assustam se eu estiver sozinho
Então eu ando em direção a apolo
Certamente farei esse tributo em busca de uma luz
Então perderei esse medo de moros
I dizer que eu faço a minha sorte para cruzar
O mundo que tanto me diminui
Sempre soube que nunca fui bom em lidar com perdas
As vezes eu choro quando me encontro preso a
Um passado que eu não aproveitei...
Dá para perceber a origem destes acrósticos cruzados
A grande encruzilhada de meu delírio que torno coletivo
D’aonde não me importo mais com as sintonias
E faço um breve apelo para deus que tirou todos de mim…
Serenatas aos montes compus
O grande homem que sonhava me tornar teria orgulho
Leve engano, eu sempre fui um bom mentiroso
Inclusive quando disse que tinha superado o passado
Dele eu tiro minhas reflexões e acabo me isolando
Acreditando que sou um ser horrendo e ainda mais
Odiável pelos olhares de fora… então fujo apenas com esse acróstico
Este é o fundo do poço
Sou um sonhador de bolso furado amamentando dos
Ceios da sociedade, tornando minhas dores uma fonte de desespero e escutando o
Uivo daqueles que choram a noite a procura de uma carniça
Rezei para um deus que fez-me defeituoso e sem fôlego para correr atrás dos meus sonhos
O que me resta fazer é caminhar sem pressa e suportar as mordidas dos lobos
Leve daqui todo essa ganância e torne-se um homem que transforma sua filha em ouro
Apesar das atitudes, não desejo mal a aquele que me fere
Mas peço por favor para parar de me ferir
E implorar pelo meu estado de paz, já tenho gritos demais
Nos pensamentos que tornam o silêncio algo gritante
Talvez eu devesse tomar o controle desta situação...
Ou apenas ter voz para gritar ainda mais alto
Pai, todos os dias me levanto e olho para o espelho
Eu vejo um garoto destruído tentando se reerguer
Levando consigo toda a tristeza de ontem e a cobrança de quem nem se importa
O mesmo que se pudesse dormiria o dia inteiro mas tem medo de perder o sol
Rejeitando de si a necessidade de parar por medo de críticas
Para ela, eu deixo minhas rosas
E para o que me olha do trono, meu olhar de angústia
Risco da lista os demais e apago as dores em versos e
Digo que foi tudo um delírio de embriaguez igual a aquela que sempre perdoam
Apesar de sempre querer a luz acesa, quero que apaguem esses versos
Meu amigo, quero que saiba que sua ausência fez-me perder
Este caminho chamado vida, deixando toda aquela
Santidade que tive, trancado dentro de mim… quero libertar-lhes novamente
Trazer aquela paz que tive graças a ti, e conseguir lidar com toda essa porção de dor
Rezar novamente não foi a saída, pelo contrário… me senti ameaçado
E ainda sinto que querem me trancar naquele submundo.