Antropofagia “civilizada"

No Brasil, antes da pandemia, de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), havia no setor privado aproximadamente 33,6 milhões de pessoas com carteira assinada, 38 milhões de trabalhadores informais e 12,3 milhões de desempregados, dando um total 84 milhões de brasileiros que “não podem deixar o cachimbo cair” se quiserem permanecer vivos.

Mas esses brasileiros, não têm só a preocupação de lutarem pela vida, eles têm uma “missão” involuntária de sustentar aproximadamente 11,4 milhões de servidores públicos divididos entre civis e militares.

Somados a esses, existe um número não conhecido de seres desprezíveis que usam sua influência no Governo para “mamar deitados”, tal como os leitões.

Não tenho a intenção de desmerecer a função de servidor público enquanto úteis aos cidadãos, porém quando lembramos que 84 milhões de brasileiros estão pagando a conta da pandemia com a perda de emprego ou redução de rendimentos e vão continuar pagando com a desvalorização da moeda e consequente aumento geral de preços, enquanto os servidores públicos não tiveram redução de um Real sequer em seus salários e puderam trabalhar a distância e até ficar sem trabalhar, estes demonstrando sua pouca utilidade para a Sociedade, realmente parece se configurar nessa situação uma espécie de “antropofagia social”.

Outro aspecto que mostra a pouca seriedade e muita falta de vergonha que comanda o país é o fato de que uma professora que recebe salário de 2 ou 3 mil Reais pode de repente, ter o pagamento atrasado por um mês ou mais por “falta de recursos”, enquanto um servidor da Justiça que ganha 60, 70 mil Reais recebe seu pagamento rigorosamente em dia.

Obviamente este não se vê como “servidor público”, seu “elevado senso de justiça” concede a si próprio o título de “príncipe da república”.

O pagamento de funcionários públicos, suas aposentadorias e o INSS representam 85% da arrecadação total de tributos.

Esse dado permite que mesmo os cidadãos com escassos conhecimentos de Economia veja o tamanho do buraco que pode nos engolir a qualquer momento.

Enquanto isso, economistas de “alto nível” e políticos de todas as raças discutem fórmulas mágicas de como “fazer o Brasil crescer”.

O Brasil é grande por natureza, mas é apenas isso.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 24/10/2021
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