Ufa ! era isso.
Olha que na madrugada sempre as ruas fervem. Principalmente quando se está de um sábado para domingo. Os bares cheios, as músicas tocam, as bebidas descem, os beijos acontecem. Os stories se tornam bem participativos. E tome foto, cada gole é um flash. Cada som é uma novela para você mostrar que está bem. Que se sente vivo dentro de você e que a vida pulsa.
Mas ai, tudo é breve. Você extravasa, rever colegas, sorri a vontade, na manhã vem a ressaca. Para alguns a diversão acaba em vômitos, em giros e rodopios da cabeça. Mas aí o Instagram está mais vivo do que nunca para testemunhar a vida e suas lacrações. Todos tem algo a dizer, todos querem aparecer, todos querem julgar, criticar, todos querem dizer que se importam. Mas se você responde uma postagem no feed, ou nos stories as pessoas se incomodam. Elas criam as redes sociais para viverem apenas falando, mas nunca para ouvir feedbacks.
O mundo de redes sociais é apenas o nicho de pessoas especificas e seu mundinhos pequenos. Não tente se aproximar, não tente participar, não vão te aceitar. Os grandes criadores do universo desse mundo virtual querem que todos interajam, mas ai entra você e quer ditar as próprias regras. Não quer interagir, não quer se relacionar. Vive na sua bolha.
Mas quer ser o centro das atenções, quer que todos lhe vejam, que todos lhe admirem, e até sintam um pouco de inveja dessa sua vida postada a cada segundo. Você quer sempre tuitar, quer sempre dizer que ver tudo. Tem hora que está vendo futebol, outra hora uma série, depois está vendo uma CPI, ou mesmo ouvindo um podcast.
Você não dorme? Você não come? Você respira? Você ainda tem um concurso pela frente. Você ainda tem um sentimento para viver, então viva.