Vida e Morte – Um Futuro Eterno e inabalável
Muitos seres humanos vivem à mercê da escravidão que a vida lhes impõe, de outro modo: mineradores de sofrimento, forçados a ignorar a própria existência e amedrontados ou fortemente cobiçados pelo desconhecido. Ora, o que esses têm medo de fato é do futuro, que, sempre que pensares tê-lo no presente já será uma fração do passado, e uma vez que o alcançado sendo ele definitivo, aí sim o terás: eterno e inabalável, também conhecido como Morte: definitiva e infalível. Initerruptamente carregando-nos em sua ferocidade a cada instante que nos despimos vez mais do pouco tempo que nos é dado, ou perseguindo-nos diariamente à espreita de um pequeno passo em falso.
Mas, e se por alguma vertente os seres humanos fossem capazes de trazer de volta uma existência subterrada a morte submetida a deserdar sua até então ‘’ inabalável eternidade ‘’ não entraria em estado de fúria? E o futuro obrigado para mais uma vez ser incessável não derramaria sobre nós uma chama de um destino que ele mesmo ordenaria? Um destino predestinado rumo ao passado mais longínquo; um destino reverso como um tornado levando-nos de volta ao centro de nossa materialização inicial. E seriamos capazes, sendo-nos tão medíocres de alterar um todo só por nos tornarmos intermináveis? Seria a morte uma regra dogmática que compõe toda a existência em sua totalidade? Essa que se quebrada resetaria a nossa existência? Ou é apenas definida por todo um progresso individualista dos seres que compõe secretamente o espaço? Se assim for, um dia nos tornaremos Deuses num progresso incontível, basta-nos ter em mente que de todos podemos ser os menos evoluídos, basta-nos supor que os ventos fortes que carregam nossas casas sejam apenas pequenos fragmentos do sobrevoar de um extragaláctico aos redores do universo-ilha.
Não cessaremos, tampouco cederemos as nossas perguntas enquanto não obtivermos as respostas. A pouco não compreendíamos o quanto somos as migalhas das próprias migalhas, agora, queremos compreender do que migalhas são capazes. Buscamos o entendimento de nossas raízes, mas jamais existirá uma última questão. Quando mais fundo cavas, mais difícil torna-se a enxergar as pedras preciosas, entretanto, mais perto pode-se estar de conquistar ao menos mais uma das trilhões existentes.
Trata-se de compreender o quão falível há de ser sua existência e então, perguntará: Por que acredito? No que devo me emprenhar? Como devo aproveitar minha existência? Questionar-se de forma a agregar a nossa evolução, de forma a agregar a si mesmo conhecimento para responder suas próprias questões sem desfavorecer em hipótese alguma os fatos e estudos preliminares. Apenas um autodidata estupido se dedicaria a estudar desde os princípios uma determinada matéria sem consultar o que já lhe foi adiantado por anos pelas pessoas que se dedicaram a tal. Iniciemos nossas questões, sem jamais desfavorecer o que o passado já respondeu, mas não confiaremos piamente nele, apenas o teremos como base para nos estimularmos e obtivermos em nossas próprias analises as respostas que somos capazes de nos dar.
O Futuro eterno é tão somente o final, como outrossim há de ser o inalcançável.