MEU CACHORRO DOGBÁ

Nem fui! Você que não quis voltar!

Como podes apedrejares nos outros as falhas do teu sentimento? Daquilo que corroe tudo em sua volta, de quando está perto? O meu está aqui, intacto, maduro; atemporal!

Por que há essa metamorfose, nisso que vós chamais de amor? Se não fosse esse tal sentimento, "eu nada seria": mesmo alguns me bajulando, ou dizendo o contrário, sou o que sou.

Como podes falar disso, se o coração está petrificado? Não jogueis essas palavras malignas em mim, tentando acertar meu peito, pois no meu coração há uma couraça. Uma casca grossa, protetora.

Contudo, com as digitais da humanidade, da singularidade dos poucos que enxergam na singeleza, o ato de amar. Vale dizer: não é menosprezando o que dizes sobre o amor, e nem sendo melhor a vós! Porém, não queirás me colocar dentro de um buraco profundo, ou no labirinto junto ao Minotauro, tendando encurralar-me, e justificar o que fazes.

Sou amigo! E continuo aqui, de braços abertos para te acolher, com a roupa branca, sentado, olhando para o horizonte, contemplando o crepúsculo dos deuses, no final da tarde; e refletindo sobre aquilo que ainda deixei de fazer!

Carlos Alberto Barbosa

Carlos Alberto Barbosa
Enviado por Carlos Alberto Barbosa em 22/10/2021
Código do texto: T7369035
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