O PROCESSO DIALÉTICO NA VIDA HUMANA
Não escolhemos estar nesse mundo, nessa cultura, e muito menos as nossas características biológicas. No entanto, de alguma forma podemos ou não nos responsabilizar pelo que somos, de alguma forma temos ao nosso alcance certas escolhas que nos constitui e nos dá a chance de alguma mobilidade, consciência e transformação, mesmo num mundo permeado de condicionamentos os mais diversos. Nessa constante dialética, vivenciamos o desafio de sermos num mundo onde já estamos lançados.Somos, portanto, profundamente responsáveis pela nossa vida e pelo nosso modo de ser, uma vez que (parafraseando Kierkegaard) somos uma síntese de liberdade e facticidade, de ser e não ser, de ôntico e ontológico, de anímico e fisiológico. Ou também por que não dizer: de consciente e inconsciente, como pensava Freud e Jung, e de temporalidade e eternidade, como tão brilhantemente enfatizou Kierkegaard? O nosso corpo, o nosso ser e a nossa vida são fontes inesgotáveis de sentido ou significado; e estamos sempre implicados na responsabilidade de descobrir quem somos e o que nos constitui simples e originariamente como seres humanos.