CRÔNICA EXAUSTA

Sabe aquela blusa que

deixei jogada na cama

contrária ao amor da noite

depois que fui embora

Não deixei saudade alguma

Nenhuma destas cartas

Destes insultos confusos

querendo me possuir pelo

vacilo da blusa deixada

perto de mais de Vênus

E do veneno que ficou

respirando a noite toda

Logo que acordou sonhou

com algum código adolescente

Sabe esta blusa perfumada

do encontro estranho no

mesmo lugar que vou sempre

Fique por lembrança da

pressa que deixei tua caverna

Esta incerta moderna fuga

de si mesmo não me interessa

Eram beijos e carinhos tão

precisos e certeiros que

ponteiros de relógio pareciam

te dominar por inteiro...frio