Cortado
Espessuras diferentes, profundidades variadas, cores e tamanhos opostos, mas todos escreveram a mesma caminhada, todos identificam o mesmo, um corpo. E esse ser tão frágil, foi ele quem foi cortado vastas vezes para transpassar para o corpo, à dor do coração. E se na pele refletem diversas marcas, na mente são incontáveis as perdas, pois se foram pedaços, partes gigantes da sanidade que fazem falta para distinguir o falso do real, e fazem esse ser perder a noção do tempo e as vezes ter medo dele.
No coração os cortes são impulsivos, parece que o próprio se machuca sozinho, a mente não consegue segura-ló e o mesmo vive despedaçado,como se fosse atirado de um penhasco toda vez que acredita em alguém e é decepcionado.
A guerra interna, vira externa e a boca não é mais a mesma, ela destrava e vive em um modo automático, afinal o cérebro ao invés de pensar está sempre desorientado, o corpo como um todo se corrôe, sem o coração mandando amor próprio, ele vive no modo público, faz o necessário para as pessoas verem, mesmo sabendo que está secando, secando pois o ser não tem tempo para cuidar dele.
É isso que chamamos de negligência, e também como abuso de incapaz por responsabilizar uma mente instável à manter sanidade sozinha.