"FISIOTERAPIA POR AMOR"
Há um tempo atrás, bastante tempo atrás, já romantizei muito a minha profissão. "Fisioterapia por amor!", falavam as boas línguas...
Aprendi muito durante a faculdade e me dediquei e tenho me dedicado ainda mais após a formação. A gente vai aprendendo com o tempo e com a experiência, a selecionar os caminhos que mais nos realizam e vamos entendendo que nem só de amor se vive na Fisioterapia.
A anuidade vem, os boletos da vida chegam e a gente tem que aprender a equilibrar o que nos faz feliz e o que nos sustenta numa mesma cruel e sensata balança.
Estudar é cansativo e pode ser bem caro.
E você deve fazer isso enquanto a vida árdua de trabalho continua...
Muitos profissionais optam por outra carreira, quando se deparam com a triste realidade de desvalorização da Fisioterapia por todo o canto do país!
Salários de prefeitura são, em sua maioria, absurdamente baixos; muitos pacientes têm o péssimo hábito de gastar dinheiro em tudo e qualquer coisa, mas para pagar um atendimento particular rola a velha pechincha... Mas na pandemia, a linha de frente será reconhecida!
Quem disse?
Romantizam o risco de vida que corremos ao encarar uma doença que nem sabemos como tratar, que matou milhões de pessoas e que assombra o mundo inteiro. Sabe para onde foi o recurso financeiro?
Eu não sei.
Porque em meio a crise tivemos que economizar até luva de procedimento e faltou item básico de proteção individual, pasmem: no Hospital de referência da região!
Sabe o que foi feito com o abono anual?
Também não sei!
O preço de tudo só aumenta, mas nossos salários permanecem: defasados e minúsculos diante da grande responsabilidade que portamos.
O prêmio foi o tapinha nas costas, o panelaço na janela às 19:00, as sequelas psicológicas para lidar sozinho e Deus, a ausência de descanso da mente e da alma diante de dias tão incertos.
Sofre quem tem clínica, sofre quem atende à domicílio, sofre quem está inserido nos Hospitais; todos têm sido espremidos por todo o canto.
O reconhecimento ficou nas palavras, no texto lindo que li sobre a Fisioterapia por amor!
Está aí uma fonte de inspiração, mas nem só de amor se respira nessa profissão: diz a garota que escreveu MIL RAZÕES PARA SER FISIOTERAPEUTA NO ANO DE 2009.