A morada de Jezabel
Em uma Cidade muito, muito longe;
distante de tudo,
entre a cruz e a encruzilhada
na habitação do absurdo.
Na poeira incandescente
no olhar ardente
na incerteza da gente
na inocência fulgente
Destaca-se Vespasiano
em Minas não mais tão "Gerais"
subtraída ao engano
do nada, querendo mais
no trampolim em carne viva
às costas do chicoteado
o sol nasce para todos
menos para o alienado
onde o homem é moído
e vira óleo de engrenagem
para o sistema seu alivio
para mim uma...( me faltou palavras )
Baalins são erguidos
a cada quatro degraus
dos seus altares vem o prenúncio
do que se constituem por mau!
Mas Vespasiano segue
parada a beira do abismo
aos pés dos seus salvadores
que são seus próprios inimigos
É a cara e a coroa
o sagrado e o profano
o ódio da mão que afaga
a corrupção em Vespasiano
A matrixionaridade do coletivo
o marmitex azedo do mendigo
o dedo que paquera o gatilho
o silencio mórbido de um grito!
Cadê a imprensa?
Cadê os que “pensam”?
Cadê a coerência?
nem vou preguntar pela consciência!
O curral das cestas básicas
a alegria do momento
a barriga que cantava
a composição do seu próprio lamento.
Nem uma vacina é capaz
de imunizar esse povo
contra a ignorância primaz
de os elegerem de novo...
Sopra vento, sopra
alivia nosso pranto
"é pena não ser burro
não sofreria tanto"!
Ubiratã Pinto
Obs. Essa ultima frase de Raul Seixas.