Somos Imperfeitos
Nós somos imperfeitos. E, para Yung Pueblo, “um sinal real de progresso é quando paramos de nos punir por nossas imperfeições”. Muitos de nós vivemos tão preocupados com as impressões que vamos causar, com as opiniões que vamos receber, com os comentários que serão feitos a nosso respeito. E, então, exigimos de nós mesmos um ideal impossível de concretizar, algo tão sobre-humano, tão além da nossa realidade, tão injusto contra nós mesmos, que nos causa feridas e machucados de difícil cicatrização. Isso porque nos punimos impiedosamente quando falhamos.
Nós não admitimos falhas. Somos cruéis quando cometemos algum erro. Somos frios o bastante para nos considerarmos como incompetentes, fracassados, incapazes da mais simples realização. E passamos a odiar a nós mesmos por não sermos perfeitos. Por considerarmos que o mundo, tal como nós, considera que somos os mais pequenos seres aqui existentes. Rotulamo-nos de maneiras tão algozes ao ponto de nos tornarmos os nossos maiores e mais perigosos inimigos. É nosso dever reconsiderar os nossos posicionamentos e termos mais respeito pela nossa existência.
Em primeiro lugar, como podemos achar que o mundo inteiro está nos condenando? Será possível que em um planeta de bilhões não tenhamos pelo menos um amigo a quem recorrer nos momentos de dificuldade? Um amigo que nos ajude a corrigir os nossos erros ou que nos mostre que fizemos o melhor que pudemos e que isso foi o bastante? Além disso, como podemos ter certeza em relação aos pensamentos que as outras pessoas podem ter a nosso respeito? Por acaso fomos agraciados com a dádiva de ler mentes? Antes de concluir o que pensam a seu respeito, olhe para as pessoas e pergunte-lhes o que elas acham sobre você. Dê a elas a chance de falarem por si mesmas.
Em segundo lugar, somos naturalmente imperfeitos. Não somos naturalmente sujos, abomináveis, condenáveis. Isso não. Mas somos imperfeitos. Mesmo quando queremos acertar, erramos. E mesmo quando acertamos, talvez não tenha sido como de fato gostaríamos. Isso porque somos humanos. Não somos deuses, divindades ou qualquer outra criatura sobrenatural. Somos seres da natureza. Somos humanamente imperfeitos. O que quer dizer que cometeremos muitos erros nessa vida, tropeçaremos muitas vezes ao longo do caminho, vamos cair em muitas ocasiões, mas também seremos aqueles que, após uma queda, limpam a poeira da roupa e seguem em frente cheios de vontade por fazer melhor da próxima vez. É isso o que nos torna especiais. Não é o fato de sermos irrepreensíveis, por termos alcançado um status inexistente de perfeição, que nos torna especiais. Mas o fato de termos disposição para aprender depois de cada falha.
Evolua. Pare de se machucar por ser humano. Pare de se lamentar por, como todas as pessoas do mundo, estar tão vulnerável aos equívocos e às falhas. Tudo bem ser imperfeito. Reconheça sua limitação. Apenas não seja aquele chato que, sendo imperfeito, pensa ser a perfeição.
(Texto de @Amilton.Jnior)