Desterro!

A vida.

Ah, a vida...

O que penso ser a vida em nada tem a ver com o que vivo.

Amo eternamente em plena maturidade,

Sofro por dentro por ter sido leal com a verdade,

Sempre deixo ir quem amo de verdade,

Por saber que a melhor opção é oferecer e dar a Liberdade.

Na minha dor, na minha penúria diária,

Apenas fecho os olhos e sinto câimbras,

Dor, saudade, lamento, intenso desejo, ânsia.

Meus rins nunca serão capazes de filtrar o que sinto,

Meu fígado nada produz além de suor, sonhos, sangue e lágrimas.

Dor,

Pertencimento,

Tristeza,

Felicidade que se foi quando partiu pra longe quem sempre estará nas minhas entranhas.

Mãnha da sedução que me fez reacender minha indiferença.

Defiro a indiferença incomensurável da analgesia que me assume.

Parabéns a quem me traz a dor da vida!

Não mais a sinto!

Arrancou minha pele a cru.

Me trouxe a realidade de ser quem sempre fui nas minhas indiferenças e solitudes de passos errantes.

Ódio e amor,

Faces da mesma moeda que a vida oferece.

De mim, hoje, me afasto, nefasto, devasto, emplasto para dor.

Andarilho,

Caudilho,

Peralvilho,

Martilho,

Churrilho...

Errante eu quem sou pois que erro quando acredito.

Desterro!

Arranque-me do solo que me fez brotar um leve sorriso!

Penso que as mentiras são realmente bem-vindas já que a verdade aprisiona e causa dores indizíveis.

Vive l'indifférence!

Só assim me faço livre!

Ou não, pois que o que nega com veemência esconde o acolhimento de um intenso amor na mesma proporção!

A vida.

Ah, a vida...

Carlos Maciel CJMaciel
Enviado por Carlos Maciel CJMaciel em 05/10/2021
Código do texto: T7357272
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