Dissipar

Caminhando em companhia do silêncio, alma quebrada observar estrelas a brilhar em um frio céu noturno. Brisa gelada a tocar a face de alguém em meio a estrada para nenhum lugar, alguém a se sentir perdido por dentro, como se a nenhum lugar pudesse pertencer, porque ninguém se importa. Em meio a noites acordado alguém como um fantasma que não importa aonde vá, pois nunca estar em casa. Invisível afundando no oceano sem água, se perdendo no vazio, que as vezes gostaria de ser qualquer um, pois continuar a se perguntar quem é. Alguém esquecido como uma memória a desaparecer, que se sente como um erro a se substituir, talvez somente como uma reflexão a qual ninguém se importa em entender. Alguém como uma sombra que não possui sombra, que gostaria de poder ver em si mesmo o motivo de se sentir impossível de se amar, de não ser suficiente. Fantasma a se perder em uma vida que ninguém escolheria, que sente não ter lugar. Coração de vidro a se quebrar por querer acreditar que poderia de outro coração se aproximar, que poderia por um momento deixar a dor se dissipar, mas que quer apenas em meio ao frio poder deitar.