não sei ser mãe
Ser pai é deixar de lado alguns desejos. É ir contra o que se vende de ser feliz. É quebrar um paradigma contemporâneo de que a felicidade está no prazer. Discordo. Ter dor é inevitável. Ter dor é saber abrir a mão para o que há de vir. Abrir tempo para investir é o melhor exemplo daquilo que podemos fazer para dizer que somos capazes de seguir existindo. Cuidar de outro ser humano é apostar na vida. É acreditar que posso mudar o mundo. Mesmo que essa mudança possa acontecer só com a minha próxima geração. Ter um filho é acreditar que ele poderá ir além do que fez. E ele indo além consequentemente algo novo vai surgir. Então, naquele tempo, mesmo que eu não exista, minha prole levará um “pedaço” de mim. Assim, vivo nos outros. Mesmo sem existir.