DE OLHO NO TEMPO E A MENTE NO MOMENTO

A afirmação de unicidade e completude de um caminho para compreender a vida e a realidade, é a maior transgressão da ideologia, porque a experiência mais sombria é uma vida vivida dentro dos limites de uma teoria.

Vivemos em meio a uma mudança profunda nos avanços do novo saber, mas fora de seu ponto fundamental, indiscutível e inquestionável, ora, agilizada pelas mudanças atuais e futuras desta inusitada crise mundial de saúde, que não somente afetou a economia e o convencional, mas despertou a emergência do oportunismo focalizado em novas estratégias e novos conhecimentos de domínio que levam à submissão.

Pensar no futuro da cultura humana, leva a imaginação muito além dos mecanismos computacionais. Os dedicados absolutistas ideológicos intelectuais da cibernética, sem humildade e destituídos do ceticismo científico, imersos na vasta possibilidade da entrelaçada rede cruzada da ciência de comunicação e de controle nas máquinas e nos seres vivos, serão suscetíveis aos avanços da inteligência artificial, da psicologia evolutiva e do culto das regras que regulam, ordenam e autorizam o procedimento intuído em conhecimentos profundos e inovativos compostos de um conjunto de crenças interligadas incorporados ao software das ideias que, de maneira basilar, guiam nossa sociedade e nossas vidas e, terão a capacidade virtual de transformar a experiência humana além de qualquer ideologia existente, pelo deleite criativo para a mente, podendo causar detrimento ao ser humano.

Atualmente, podemos virtualmente “ir e conhecer” muitos lugares. A experiência é inerentemente interativa, portanto há uma diferença fundamental, imposta pelas leis da física, entre o encadeamento de informações que pode ser realizado indo lá através de um documentário assistido na televisão ou “visitando” o local no Google Map no computador, e o que pode ser feito indo lá pessoalmente.

Por mais útil e espetacular que a teoria e as aplicações de computação sejam hoje e os seus usos práticos no futuro, é importante considerar as implicações filosóficas, epistemológicas, metafísicas, e as consequências para física teórica e a própria vida.

A própria estrutura da teoria científica avançada ordena uma visão da realidade física como universos paralelos, e nos força a rever nossas ideias explicativas do mundo, para reconhecer que é algo maior do que parece.

Uma das pressuposições mais relevantes é aquela que obtemos antes mesmo de construir a primeira unidade de informação em computador equivalente ao resultado de uma escolha entre alternativas.

A teoria da computabilidade e a teoria da complexidade nos dão pormenores sobre o lado quântico dos cálculos. O pouco que sabemos sobre esta nova ciência consiste em algumas limitações amplas, tais como a finitude da velocidade da luz.

Já existe o conhecimento do que as leis básicas da física parecem permitir, como por exemplo, se é possível construir computadores quânticos úteis e, que operações físicas eles teriam que realizar, pelo menos em teoria. Porém, não há, ainda, premissas realmente científicas sobre isso, porque não há teoria científica sobre o que pode e o que não pode ser construído, porque seria necessário ter a capacidade ampla de medir ‘quantidades’ da realidade, os tamanhos das coisas, em termos da quantidade de informações necessárias para descrevê-las e, a presença de tais informações indiretamente acessíveis pode ser vista como a própria coisa responsável pelo poder dos computadores. Demais, há uma enorme lacuna entre informações abstratas, por um lado, e objetos físicos, como computadores, estrelas e universos, por outro, porque precisa haver uma realização física para tornar as coisas possíveis e tangentes

Obviamente, não podemos igualar a ciência computacional ao controle virtual de submissão da humanidade, considerando uma metáfora como única, como se comparássemos a ciência simples e a religião dogmática.

Na atualidade, deveríamos focalizar toda a nossa atenção no que é essencialmente fundamental para atravessar e arrefecer esta pandemia que, infelizmente, tornar-se-á endêmica para a humanidade, nos reunir para reconstruir e nos adaptarmos a uma nova normalidade no que podemos obter, usufruir e apreciar da nova realidade no futuro próximo, particularmente nos preparando para melhor compreender a nossa anatomia física, nossa capacidade mental e nos prevenir e munir com conhecimento contra outras possíveis calamidades e infortúnios que vagueiam através da história penando a humanidade de tempos em tempos.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 22/09/2021
Reeditado em 23/03/2024
Código do texto: T7347990
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