Certos vulgares me incomodam.
Percebi que sempre quando escuto algo vulgar de alguém, este algo me irrita. Não todos os vulgares, mas certos vulgares me incomodam.
Achava eu que era minha virtude que se incomodava.
Hoje sei que a virtude em mim, nada julga e com nada se incomoda.
É minha sombra que se incomoda.
É porque esse algo existe reprimida dentro de mim.
É minha sombra que se sente exposta.
E a sombra só tem força quando está escondida, por isso se incomoda.
E quando vejo minha sombra(no espelho do outro), tento excluí-la, oculta-la, reprimi-la pelo ódio.
O sábio não é aquele que arranca um lado da dualidade, mas que aprende a harmoniza-lo, colocando o instintivo a serviço do divino.
Percebo que eu reprimo tudo aquilo em mim que considero impuro e vulgar. Pois sempre pensei que o oposto de reprimir é converter-me naquilo que evito.
Mas não se trata de converter-me em minhas sombras. Trata-se de coloca-las em contato com minha luz, gerando compaixão, empatia, gratidão.
Não se trata de expor o mundo todo as minhas sombras. Trata-se de aceita-las sem ferir o bom senso, a discrição, o pudor
Trata-se de integrar minhas sombras. Reconhece-las, sem afetação e coloca-la em contato com minha luz.
"nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa"