Provoca-me.
Há muitos que não necessitam de provocações
para serem provocados.
Um pensamento basta para um tsunami ocorrer.
Ou ter um mindinho entre outros dedos.
Mesmo apenas a aproximação de algumas poucas
células das digitais.
Ou tentar esquecer e lembrar mais.
Memórias existentes, ou mesmo inventadas.
Basta o saber ser, o sutil notar,
e no disfarce sentir.
Perto ou longe é só um detalhe.
Há sempre um transbordo da emoção,
percepção e sensação.
Apesar do entendimento do outro ser que falo
de menos,
minha mente e meu corpo sofrem de logorreia.
Tenho algumas mordaças, mas não é toda vez que
tenho sucesso em silenciar.
É sempre mais fácil - apesar de não ser simples -
sentir do que externar;
ou como meu ser introspectivo diria: confessar.
Controlo os pronomes possessivos, todavia.
Tudo em mim quer me revelar.
Mas ainda tenho máscaras, mesmo que
sejam de filó.
Poderia ser pior...