George Orwell e nós
George Orwell, com sua lucidez incomparável, disse que “A maneira mais rápida de acabar com uma guerra é perdê-la.”.
Dessa forma, a rendição e a derrota são como atalhos para se encerrar uma guerra.
Não podemos negar a eficiência desses “atalhos”, apesar de serem nada honrosos.
Pendendo para o campo da política, temos uma situação que me parece semelhante.
Em geral, a admiração que eventualmente sentimos por certos políticos tende a ser efêmera como o arco-íris.
Mas não é raro sentirmos uma necessidade afetiva ou de conveniência em não perder a admiração por algum determinado político, então nosso inconsciente consciente adota a tática ou prática de não considerar os atos imorais e/ou ilegais dele como desonestos. São considerados “pequenos detalhes” a serem esquecidos.
Assim, obtemos um “atalho” permanente entre nós e o nosso ídolo, pulando o pântano que deveria nos separar.
Essa atitude se mostra bastante eficiente para conservar intacta a aura do ídolo, apesar de ser nada honrosa para quem se considera um cidadão.
*A frase “Tudo é efêmero como o arco-íris”, é atribuída a Virginia Woolf (1882-1941), romancista inglesa.