composição

Tenho tanto o que escrever que não sei mais onde guardar.

Tenho bloco, bloquinho e até boleto de banco.

Ando tão apaixonado que já nem sei o que faço.

Justifico minha ação pelo contrário.

Digo: amo, assim não me condene.

Ando tão à flor da pele que um comentário me desmancha.

Ando tipo Zeca Baleiro, meio Paulinho Moska, um pouco de Chico César, achando que posso ser Caetano.

Ando tão presente que me sinto Lenine, Hamilton de Holanda e Tim Bernardes.

Sou como todo mundo.

Metáfora metamorfose ambulante, como profetizou Raul.

Ainda bem que não ando sozinho, assim não preciso mostrar minha sacola, como diriam os Novos Baianos.

Ando atrás do Tom. Do Zé, pois o Jobim é muito pra mim.

O Zé é tropical.

O Jobim é meio pra fora.

Amo a música brasileira.

Do Ney até ao Mano Brown.

Demorei muito tempo para tirar da minha mente a sessão da tarde, a malhação e o domingão.

Hoje não assisto nada.

Só o que o meu coração manda.

E quem manda nele já citei acima.

São deles, embora, peço desculpas, tem muitos delas dentro de mim.

Obrigado Elis, Rita, Angela, Adriana, Maria Bethânia e muitas outras minhas.