Paralisia do sono

No meio da noite, pequeno sono, pequena morte, abro os olhos e vejo um cachorro preto enorme latindo com os dentes arreganhados, intimidando o pouco de coragem que tenho. Estava escuro, fiquei confusa pois não conseguia me mexer apesar de saber o perigo que corria. Thales me abraçava forte, mas parecia que não ligava para o cachorro que mais parecia o Cão dos Baskerville. Tentei a todo custo bater nos braços do Thales, mas meu corpo não me obedecia. O desespero tomou conta de mim, não entendia a razão de Thales estar calmo com aquele monstro enorme prestes a morder meu rosto. Então, depois de um longo tempo, despertei da paralisia do sono. Não havia cachorro nenhum. Virei para o lado e falei "não sentiu eu batendo no teu braço? Vi um cachorro enorme aqui." Ele acendeu a lâmpada e realmente, não havia nada. Desabei a chorar, porque fazia tempo que não tinha uma paralisia do sono. Nem lembrava mais de como era. Chorei muito e pus meias nas mãos. De uns tempos pra cá, eu tenho que dormir com meias nas mãos, porque me arranho toda enquanto durmo. Não sabia como, mas Thales me disse que parece um tique. Parece que eu quero arrancar minha pele, arranhando agressivamente e quando ele segura minhas mãos, eu as forço. Não lembro de nada. Acho que estou ficando louca.

Gisely Sanctus
Enviado por Gisely Sanctus em 15/09/2021
Código do texto: T7343141
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