Lancinante

Dor lancinante…. Que sai do peito e deixa em estilhaços tudo ao seu redor… Os espelhos à volta são partidos em pedaços maiores, que parecem que ainda sustentarão um pouco de existência, mas aos poucos se dilaceram em pedaços pequenos, que tiram a vida… de tudo. Desespero. No meio da escuridão não há possibilidade de luz. Tudo some, não pode ser visto. Nada se vê, nada se ouve, nada se toca. A dor insuportável aumenta ainda mais. E isso é possível? Sim, sempre é. Só há morte. Não há vida nem dentro, nem fora do peito. De tão intensa, a dor se transforma em inexistência. A inexistência não dói. Não mata. Não machuca. O peito já não existe mais, nem tampouco o mundo. Sem moradia, a dor inexiste.

Bia Fischer
Enviado por Bia Fischer em 07/09/2021
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