O reconhecimento do Homem provém de Deus.

Suponho que o homem, tão somente, pode conhecer a plenitude verídica da bondade, do amor e de sua essência humana quando procura, encontra e reconhece a Deus. Pois, o homem, unicamente, conhece a si mesmo quando relaciona-se com Deus.

Tal conhecimento de si mesmo - ao encontro de Deus - propõe ao homem o conhecimento de seu verdadeiro espírito, aquele cujo de princípio não era manchado com o pecado original nos primórdios da Criação. No início da Criação, o homem detinha uma profunda relação com seu Criador, e, por assim, o contemplava a sua face. Sua conexão com Deus o proporcionava ter como herança os atributos de seu Criador: o amor, a bondade, a santidade, a justiça e dentre muitos mais.

Após serem manchados com o pecado, o homem distancia-se da criatura ornamentada por Deus. E, assim, conhece o homem carnal - este que porta a imperfeição humana após o ato nos jardins do Éden, procriando a existência do mal à humanidade e aos seus descendentes. No Evangelho de Marcos (7,1-8.14-15.21-23), Cristo diz que o que torna impuro o homem é aquilo que sai de seu interior; as más intenções que habitam e saem do coração humano.

Deste forma, o homem somente pode a conhecer a si mesmo, se primeiramente conhece a Deus, pois, o reconhece como um ser capaz de amar, de frutificar e praticar a bondade, a justiça, a santidade que são advindas de Deus. E, no momento após a herança do pecado original, o homem pode o reconhecê-lo como pecador - mas evita que tal impureza seja preenchida em seu coração e em seus atos -, logo que perante a Deus, o homem apresenta-se como pecador, mas que almeja distanciar-se do homem velho e deseja colocar em prática as qualidades do Criador.

Porém, quando o homem afasta-se de Deus e não relaciona-se com aquele cujo o criou, conhece o homem como primícias do pecado original. Esse portador do mal, das maldades e da impureza da imperfeição humana. Por fim, quando o homem em unidade com Deus, o identifica como um homem bom capaz de gerar bons frutos: o amor, a paciência, a bondade, a felicidade e uma capacidade profunda e intima de relaciona-se com seu Criador.