O AMANHÃ É DE DEUS

A maioria de nós acredita que deve modelar a sua vida, que estamos criando uma história na qual somos o protagonista e, o nosso direito e responsabilidade é fazer da nossa história o que desejamos.

Achamos, que devemos fazer de nós o que precisa ser feito, selecionando as coisas que queremos ser na obra-prima de nós mesmos, pois essa é a única maneira de viver plenamente, tentando intencionalmente ou, descobrindo que essas coisas fazem parte da nossa identidade, então decidimos mostrá-las para realizar uma pessoa interessante, vibrante, bem-amada e divertida, de forma coincidente ou centralmente.

Diante desse cenário imaginário, como nos sentiríamos se outros discordassem de nós, parecendo que alguém invadiu a nossa história para criticá-la injustamente, dizendo que na verdade o roteiro de nossa vida é uma falsidade, uma tragédia e, que o personagem principal vive mal e está prestes a morrer?

Porém, isto não constituiria uma invasão e colisão de preferências ou modos. Mas, seria uma colisão de respostas às perguntas mais básicas da vida sobre quem somos nós, quem decide, o que isso significa ou, importa de qualquer forma.

Se o conceito cristão sobre identidade está certo, nesse caso, todas as pessoas auto-construidas do mundo têm se produzido no solo solto da beira do abismo. É compreensível que tudo o que eles possam ver nas reivindicações cristãs seja culpa e rejeição.

Contudo, dizer a verdade, está muito distante do ódio. Por mais que tentemos reunir os fragmentos de coisas ao nosso redor, como a identidade racial, identidade sexual, identidade social, identidade de diversão, identidade política e intelectual, mais apequenados e ínfimos nos tornamos, se estamos distantes da identidade espiritual.

Porque, se tentamos construir uma identidade separada de Deus e longe de Sua Palavra, menos nos tornamos verdadeiramente nós.

O modelo de vida envisionado pelo protagonista assume uma desigualdade fundamental na medida em que a construção de sua biografia, nunca pode ter um ponto de vista recíproco a partir do qual ele pode objetivar-se como autor e, portanto, o criador. Pois existe uma diferença crucial entre uma relação de pessoa para pessoa e uma relação de pessoa para Deus, cujo desígnio nos obscurece e desvalida a nossa vontade.

Portanto, não importa quão longa, meditativa ou minuciosa seja a história que escrevemos sobre nós, se o relato for escrito pelo protagonista da história e não pelo Autor da narrativa da vida, a nossa história será diminuta e vazia, porque não podemos, como um personagem, escrever mais e melhor do que o Autor de nós mesmos.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 30/08/2021
Reeditado em 11/01/2024
Código do texto: T7331640
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.