'A risada de Mozart' _ Do não sei, para o não importa, que é saber
O que é uma risada? A libertação momentânea da angústia da vida, da existência? O que é a vida? Um abster contínuo dos instintos, a aclamação da razão? Discípulos e súditos, a coragem dos heróis, ou a do super homem? O dizer sim ao que temos e somos, amar a nossa pedra (Sísifo), a causalidade sem propósito, cair no abismo sorrindo, no desamparo reafirmar nosso ser no trágico, enquanto trágico ou na vida, que também é morte, vir-a-ser? Tantas máximas e sistemas, e tantos nadas, tantos que me perco em descompasso, e em dissonâncias imaginárias. (?) Real enquanto subjetivo, vida e homem, mais outra coisa e menos ciência, realmente, não sei, assumo minha razão insuficiente e a minha incapacidade de deleitar-me nisto, por isso isto, apolíneo; assumo que o meu eu a priori não é justificável, dado o estádio do espelho, a identificação e etc., porém, assumo que a ciência ainda continua nos pondo em xeque, como agora, o possível eu determinístico, por isso não, não é apenas minha fraqueza intelectual, não é apenas a falta de coragem para valorar a vida ou lamber os pés de um grande qualquer, o meu cinismo é o que tenho de mais sublime e sábio, que no não saber assumo o que jaz, o riso que não é apenas uma catarse, mas a libertação de uma miragem, a do não saber.