Dores infinitas
Até onde vai o altar?
O que é e que gosto tem se rebaixar tanto para servir a um ser que tanto a despreza?
Onde estive esse tempo todo e porquê me sujeitei a isso?
Onde está a vida em meus olhos?
Em meu braço aperta a corrente da aparência e junto dela o medo da solidão.
Que redemoinho me levou a ser quem sou?
Por que não tive coragem de descer do ônibus que me levaria ao fracasso?
Por que não tomei a direção certa?
Por que acreditei que isso tudo iria mudar quando finalmente estivesse chegado lá?
Por que não sou capaz de tirar os sapatos surrados e mostrar minhas cicatrizes ao mundo?
Onde vou parar?
E se eu deixasse esse mundo agora mesmo? Cessaria a dor ou teria que arcar com as consequências das escolhas mesmo depois de morta? Por que?
Será mesmo que eu escolhi estar aqui e ser quem sou, antes mesmo de eu nascer?
Por que temos que pagar e pagar o tempo todo por nós e pelos outros?
Por que tenho que me contentar com as dores e fingir que nada sinto?