Dores infinitas

Até onde vai o altar?

O que é e que gosto tem se rebaixar tanto para servir a um ser que tanto a despreza?

Onde estive esse tempo todo e porquê me sujeitei a isso?

Onde está a vida em meus olhos?

Em meu braço aperta a corrente da aparência e junto dela o medo da solidão.

Que redemoinho me levou a ser quem sou?

Por que não tive coragem de descer do ônibus que me levaria ao fracasso?

Por que não tomei a direção certa?

Por que acreditei que isso tudo iria mudar quando finalmente estivesse chegado lá?

Por que não sou capaz de tirar os sapatos surrados e mostrar minhas cicatrizes ao mundo?

Onde vou parar?

E se eu deixasse esse mundo agora mesmo? Cessaria a dor ou teria que arcar com as consequências das escolhas mesmo depois de morta? Por que?

Será mesmo que eu escolhi estar aqui e ser quem sou, antes mesmo de eu nascer?

Por que temos que pagar e pagar o tempo todo por nós e pelos outros?

Por que tenho que me contentar com as dores e fingir que nada sinto?

Marianaa
Enviado por Marianaa em 22/08/2021
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