SENTIDO E NÃO SENTIDO
É comum saber em nós mesmos o sentido e o não sentido da vida na inocência do devir mundo como dois impulsos contrários e complementares: enquanto o afeto do não sentido nos dissolve na intuição do vazio da eternidade, o afeto do sentido nos lança a indeterminação e a mudança como forma de criação de si mesmo através do infinito do instante. Ambos os sentimentos são movimento e imanência, modos de des-subjetivar -se , fragmentar-se na totalidade do existente, na composição de encontros, onde tudo é corpo composto de corpos na afirmação de uma potência de existência.
O não sentido é a afirmação da vida levada as suas últimas consequências. Mas o sentido é a própria vida em movimento na realização do multiplo e do singular. Bem querer a vida, afinal, não nos impede de morrer entre os infinitos do instante e da eternidade.