Albor
Assisto ao sol que transpassa minha janela... tão dourado!
Entreouço os veículos que fatigam o asfalto
E ofuscam a luminosidade do astro rei cotidianamente raro
Inputs auditivos matinais
Cada um guiado por um ser vivo
Muitos nem humanos, nem vivos
Sobrevivendo com a esperança de um dia viver
O relógio corre. O céu abre os olhos. São 05h55.
Paro para ouvir a natureza
Intimissimamente ela me chama
É hora do despertar
Transbordo na escrita
O barulho da rua aumenta
Já sinto falta do árduo e prazeroso silêncio
Ouço-o dentro de mim
Buzinas... batidas...
A claridade aumenta
Resplandeço com o renascer solar
Em qual estágio já nos encontramos?
Taciturnamente experimento o sabor da solitude
A mais deliciosa
Ela anseia pela companhia difícil de um ser fácil
Desejando o gás do viver
No alcácer da solidão...
Silêncio. Um grito.