NAUFRÁGIOS
A precariedade imaterial de uma consciência ferida pelos enunciados dominantes, pela organização material de uma vida danificada, define nossa herança comum, nossos passados presentes, como um grande naufrágio.
A civilização, este velho mito iluminista, é como um luxuoso transatrântico perdido no mar aberto do silêncio da eternidade.
Somos todos náufragos em um presente a deriva que não nos sagrará sobreviventes. Não importa se a sombra funebre do nosso navio fantasma rememore como funestra paródia, o Titanic, o Príncipe de Austurias, o Wilhem Gustloff ou um navio negreiro. Estamos todos condenados ao mar como devir inconsciente e ancestralidade de abusmos.